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Notícias / Polícia

Investigação da Polícia Civil gaúcha desmantela quadrilha do Golpe do Nudes



Data de publicação: 22 de outubro de 2021
Hora: 10:06h
Fotos: Divulgação
Fonte: Polícia Civil



Um longo trabalho de investigação dos policiais da Delegacia de Polícia de Esteio, coordenado pela delegada Luciane Bertoletti, desmantelou uma quadrilha que aplicava o Golpe do Nudes. De acordo com a equipe que realizou a investigação, o golpe era aplicado em, pelo menos, oito estados, mas o número real deve ser ainda maior.

O golpe iniciava através de um contato de uma mulher jovem com os alvos, normalmente homens de mais idade, através de aplicativos como o Facebook. Após iniciar a conversa, eles passavam a conversar por mensagens e trocar fotos íntimas. Em seguida, a vítima do golpe, passava a receber ligações dos supostos pais da jovem ou de falsos policiais civis que o acusavam de pedofilia, sob a alegação de que as fotos são de uma criança ou adolescente. Na extorsão, os falsos familiares exigiam valores para não denunciar à polícia ou se identificavam como delegados, na tentativa de arquivar os supostos inquéritos. Para tornar a pressão mais efetiva, a quadrilha utilizava imagens reais de policiais e delegados, encontradas nas redes sociais, em sites da própria polícia ou da imprensa. Além disso, essas imagens eram utilizadas para a falsificação de carteiras funcionais.

Policiais Civis de Esteio investigavam quadrilha há mais de cinco meses

A investigação teve início, a partir de ocorrência registrada em Vacaria. A vítima do golpe era um venezuelano que tinha pouco conhecimento das leis brasileiras, tendo sido um alvo mais fácil para a quadrilha. A partir daí, a equipe composta pelos Escrivães João Paes e Matias da Rocha e coordenada pela delegada Luciane Bertoletti, iniciou a investigação que se estendeu por mais de cinco meses. O resultado da Operação foi o desbaratamento da quadrilha, tendo sido executados 32 mandados de prisão, com 22 sendo efetivados e 10 foragidos. Após a conclusão do inquérito policial, 35 pessoas foram indiciadas por extorsão e associação criminosa, além de 25 indiciados por lavagem de dinheiro.

De acordo com o Escrivão João Paes, a base da quadrilha é na cidade de Esteio, no nosso estado. A investigação também verificou uma forte conexão da quadrilha dentro dos presídios gaúchos. O epicentro da organização era na Penitenciária Estadual de Jacuí, de onde os presos praticavam a maior parte dos golpes. Também haviam células no Presídio Central e no Presídio Jair Fiorin.

O Presidente da UGEIRM, Isaac Ortiz, ressalta o belo trabalho realizado pela equipe. “Esse caso demonstra a grande capacidade dos nossos policiais civis. Esse tipo de golpe vinha atingindo muitas pessoas e, com a pandemia, teve um grande crescimento no último ano. É importante ressaltar, que são crimes ligados à internet, tendo, portanto, um grau ainda maior de complexidade e dificuldade. A nossa polícia, mesmo sem reposição salarial há quase três anos, vem tendo uma atuação exemplar e merece o reconhecimento do governo e da sociedade. Os colegas de Esteio, envolvidos nessa investigação merecem o aplauso da categoria e da sociedade”.







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