Sinepe-RS fala em retrocesso em três anos no nível de aprendizagem sem volta às aulas presenciais
Presidente da entidade, Bruno Eizerik, espera que decisão da Justiça sobre o tema seja revisada
Data de publicação: 7 de abril de 2021
Hora: 11:00h
Fotos: Rubén Rodriguez/Unsplash/CP
Fonte: Correio do Povo
O presidente do Sindicato das Instituições de Ensino Privado (Sinepe-RS), Bruno Eizerik defendeu nesta quarta-feira o retorno das aulas presenciais e argumentou que a manutenção das escolas fechadas traz um "prejuízo indiscutível para futuro do Brasil". "Estamos criando uma geração que vai ficar com medo de ir à escola. Eles veem os pais indo trabalhar, podem ir ao shopping, a restaurantes, mas a escola não pode abrir. Então, ela não pode ser um lugar bom. O bom senso indica a nossa volta às aulas", defendeu no programa Agora, da Rádio Guaíba, afirmando ter vergonha da situação. "Em um ano de escolas fechadas, teremos um retrocesso de três anos no nível de aprendizagem", comentou.
No final de março, a juíza Cristina Luísa Marques da Silva, da 1ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central da Comarca de Porto Alegre, manteve suspensa a retomada das aulas presenciais no Rio Grande do Sul. O governo do Estado, através da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), entrou na manhã de segunda-feira com um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a liminar.
Eizerick afirmou ter esperança de que o Judiciário reveja a decisão. "Quando nós pegamos alunos do Ensino Médio ou Fundamental 2, a partir dos 13 anos, eles conseguem, através do ensino remoto, ter um aproveitamento muito parecido como se estivessem em sala de aula. No entanto, naquelas crianças do primeio ao quinto ano da Educação Infantil, a gente sabe que o resultado não é o mesmo. A aula presencial é insubstituível e por isso pedimos que continuasse mesmo na bandeira preta. Aqueles pais que não quiserem que seus filhos voltem, podem continuar com o ensino à distância", argumentou.
O presidente do Sinepe-RS também defendeu a ideia de que "abrir a escola ajuda a prevenir a Covid-19" porque a primeira coisa que é feita na entrada do aluno é a medição da temperatura. "Se a criança tem algum sintoma, é colocada em isolamento, numa sala separada. Estamos ajudando a fazer com que a Covid-19 não se espalhe. Vamos averiguar onde esse aluno andou, se esteve com outros estudantes", pontuou.
Bruno Eizerick ainda citou o estudo do Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados para o Brasil e a África Lusófona (Clear), vinculado à Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP), que simula a perda de aprendizado que os estudantes podem ter sofrido com a pandemia. O resultado mostra que, este ano, os estudantes deixaram de aprender mais em matemática em comparação com língua portuguesa e, na maioria dos casos, os mais prejudicados são aqueles do Ensino Fundamental.