Agronegócio tem baixa taxa de inadimplência - Adriano Kaufmann
Data de publicação: 29 de março de 2018
Coluna: Adriano Kauffmann
Colunista: Adriano Kauffmann
A crise que fez e ainda faz parte da economia brasileira trouxe grandes reflexos negativos no âmbito econômico para quase todos os setores e atividades e, não menos, para as pessoas físicas. Ao final de 2017 cerca de 5,3 milhões de empresas estavam inadimplentes de acordo com o Serasa Experian. Já o número de pessoas físicas inadimplentes era de 60,1 milhões em janeiro de 2018.
Esses resultados refletem no desempenho quase nulo que tivemos no ano passado, onde a indústria teve crescimento zero e os serviços 0,3% de crescimento (refletindo o aumento do consumo das famílias), sem contar que os dois setores já vinham sofrendo com os maus resultados que ambos acumularam anteriormente. Na contramão destes setores temos a agropecuária. O setor obteve o melhor desempenho na economia em 2017, crescendo 13%, resultado de uma safra com boa produtividade. Os resultados só não foram melhores porque os preços não foram tão satisfatórios. Ao analisarmos o PIB brasileiro, tivemos um crescimento de cerca de 1% em 2017. É importante frisar que a agropecuária possui um peso de apenas 5,3% na composição do PIB.
Voltando à questão da situação da inadimplência no país, a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul divulgou, com muito orgulho nos últimos dias, que o crédito rural de pessoa física e jurídica foram os que tiveram a menor taxa de inadimplência em janeiro de 2018 no país. Veja os dados abaixo sobre a inadimplência - (dados do Banco Central):
Cheque especial - Pessoa Física: 15,22%
Crédito Pessoal Total - Pessoa Física: 3,72%
Aquisição de Bens Total - Pessoa Física: 4,10%
Cartão de crédito rotativo - Pessoa Física: 35,75%
Cheque especial - Pessoa Jurídica: 16,74%
Capital de giro total - Pessoa Jurídica: 6,50%
Crédito rural total - Pessoa Física: 3,09%
Crédito rural total - Pessoa Jurídica: 0,83%
Os resultados demonstram que o agronegócio vem obtendo bons resultados e com isso, o produtor rural vem honrando seus compromissos, sendo que em janeiro apenas 3,09% das pessoas físicas possuiam algum tipo de inadimplemento. Quando se trata de pessoa jurídica, o percentual é inferior a 1%. Tal evidência demonstra que os juros até poderiam ser mais baixos para este setor, tendo em vista que o valor a ser pago pelos juros são relacionados com o risco que se tem de honrar o compromisso de pagar. Neste caso, o risco não é alto, o que justificaria menores taxas.
Adriano Kaufmann