Como diz a frase da autora Franciele Morgado, “nunca é tarde para aprender, nem tão cedo para ensinar” e, muito menos para sonhar. Na Escola Estadual Indígena Nân Gã, de Iraí, um casal de idosos começou a cursar a Educação de Jovens e Adultos – EJA com o objetivo de realizar um grande sonho.
Há pouco mais de um mês, Dona Adelaide Campolim, de 64 anos, e seu Avelino da Silva, de 71 anos, iniciaram uma jornada em busca da realização de um sonho: aprender a ler e a escrever para entoar canções de louvor na Igreja da comunidade indígena kaingang. Seu Avelino, ainda, tem mais um objetivo, o de tocar teclado na Igreja.
Segundo a professora e vice-diretora da instituição, Vanda Tonial Negrello, a idade nunca foi um obstáculo para os novos estudantes buscaram seu objetivo. Eles vão para a aula juntos no turno da noite e, ainda mais unidos, incentivam um ao outro.
O grande sonho começou a se concretizar quando casal alcançou o primeiro objetivo, realizar a assinatura de seus nomes. “Agora que estou mais velho, resolvi que vou aprender e, ainda não sei muito, mas aos poucos estou aprendendo. Agora o que aprendi e me deixou muito feliz, foi escrever meu nome”, contou Avelino.
Para dona Adelaide, que nunca pôde frequentar a escola, a alegria da primeira conquista tem um significado ainda mais especial. “Eu queria aprender a escrever meu nome. Estou muito faceira por estar aprendendo, ainda falta muito, mas os professores ensinam bem e eu gosto e quero aprender”, afirma.
“Além da oportunidade de estudar, a Educação de Jovens e Adultos proporciona oportunidades sociais valiosas. Os adultos, por exemplo, têm a chance de conhecer novas pessoas e compartilhar conhecimento e interesses em comum. A atitude de mudar de vida do casal nos ensina que não há limites para os nossos sonhos e que sempre é tempo de aprender”, destacou a coordenadora da 20ª CRE, Jogelci do Carmo.