No quadro Perfil Profissional de hoje, entrevistamos a Engenheira Agrônoma Fabiane Fontana Joanella, natural da cidade de Ibirapuitã/RS, formada pela Universidade de Passo Fundo no segundo semestre do ano de 2015.
Fabiane conta que escolheu o curso de Agronomia pela paixão que já veio de casa, pois é filha de pequenos agricultores. “nasci e me criei sempre no meio da agricultura e com o incentivo da minha família foi fácil de realizar esse sonho e hoje ser Agrônoma”, relata Fabi.
Confira abaixo a entrevista.
DRS – Onde realizou a graduação e em quais locais estagiou?
Realizei estágio durante a faculdade na Embrapa Trigo em Passo Fundo e também na empresa Syngenta Proteção de Cultivos, onde os trabalhos mais focados na parte de pesquisa eram realizados na Universidade mesmo e meu estágio final da faculdade continuei na Syngenta, porém me desafiei e fui um pouco mais longe realizá-lo, fui para Uberlândia/MG na Estação Experimental da Syngenta e após formada, meu primeiro trabalho como Engenheira Agrônoma foi como Assistente Técnica de Pesquisa na Syngenta dessa vez na Estação Experimental da Syngenta em Holambra/SP, onde fiquei lá por 5 meses (jan2016 até maio2016), após esse período, apareceu a oportunidade para retornar para o Rio Grande do Sul, voltar para perto de família e amigos e continuar trabalhando na mesma empresa, porém na área comercial, a qual ainda não tinha tido experiência, como Assistente Técnica de Desenvolvimento de Mercado dos híbridos de milho de silagem da Empresa, prestando essa assistência à Cooperativa Tritícola Sarandi LTDA (Cotrisal), e passando a residir aqui em Sarandi onde estou morando até hoje.
DRS – Quais as atribuições de um engenheiro agrônomo?
O campo de atuação é muito amplo, somos habilitados para trabalhar em empresas que atuem no âmbito da Agronomia, projetando, coordenando, supervisionando, implantando projetos de produção e de comercialização agropecuária, produção de insumos, gestão ambiental e gestão do agronegócio; realizar consultorias para empresas e para proprietários rurais, e gerenciar o próprio negócio; no controle de pragas e vetores em ambientes rurais e urbanos; na extensão, como agente de desenvolvimento rural, como docente e como pesquisador.
DRS – Em que consiste o seu trabalho atual?
Atualmente, trabalho na Yara Brasil Fertilizantes como Analista técnica de Vendas, onde atuo no desenvolvimento de programas nutricionais por meio de palestras, treinamentos, dias de campo e lavouras demonstrativas; realizar visitas a clientes para posicionamento e suporte nas vendas; realizar a pós-venda e acompanhamento do desempenho dos programas nutricionais, juntamente à Cooperativa Tritícola Sarandi LTDA (Cotrisal).
DRS – Para aceitar o trabalho em Sarandi e região você teve que abdicar de algumas coisas, como você avalia sua adaptação a essas mudanças?
Minha adaptação aqui em Sarandi foi muito tranquila, fui muito bem recebida por pessoas daqui, e como já estava morando fora da casa dos meus pais desde a graduação, depois no estágio e os primeiros meses de trabalho, ficando por um período um pouco mais longe da família, posso dizer que já estava acostumada com essas mudanças.
DRS – Qual o principal desafio para o engenheiro agrônomo hoje em dia diante um mundo cada vez mais globalizado e tecnológico?
O desafio de produzir alimentos sustentáveis e de se adequar às mudanças não é tão simples, mas a junção do desenvolvimento de novas tecnologias, com a formação de profissionais capacitados e atualizados, cumpre a nobre missão de produzir alimentos com sustentabilidade. Portanto, os desafios futuros da Agronomia poderão ser superados com muito estudo e profissionalismo.
DRS – Na sua opinião, o números de profissionais acompanha a demanda no brasil?
Números de profissionais são altos, mas qualificados e com desempenho bom para atuar na área não acompanha o mesmo número.
DRS – O profissional de hoje precisa também de capacitação constante. Como ele está se preparando para isso?
Hoje o profissional que não busca qualificação para ficar no mercado, acaba sendo ficado para trás, pois as tecnologias evoluem constantemente e assim devemos buscar se atualizar sempre.
DRS – Como avalia a contribuição dos engenheiros agrônomos no desenvolvimento de novas tecnologias e também na qualidade de vida das pessoas?
Nós Engenheiros Agrônomos, temos um papel muito importante no desenvolvimento de novas tecnologias, pois trabalhamos atuando dentro e fora da porteira, desenvolvendo e auxiliando na busca de novas tecnologias, nas mais diversas áreas, que objetivam aumento da produção de forma sustentável e com qualidade, para assim levar até a mesa dos consumidores finais.
DRS – Você já enfrentou algum tipo de discriminação por ser mulher?
Sim, além de piadas machistas, cantadas, porém sempre deixei claro todos os limites, mantendo a postura e me dando o respeito, tendo uma comunicação assertiva para essas situações para que as mesmas não se repitam e quanto à discriminação, com competência e conhecimento cada vez mais nós mulheres estamos conquistando maior espaço na área do Agronegócio, pois mostramos que somos capazes.
DRS – Uma mulher neste mercado de trabalho até pouco tempo dominado pelos homens, fale sobre os desafios, conquistas e motivações?
Com certeza ainda existe o preconceito de algumas pessoas e temos que concordar que há um tempo atrás era raro vermos mulheres trabalhando diretamente no campo, mas o cenário vem mudando e acredito que a aceitação cresce na mesma proporção. É apenas uma questão de tempo até que o potencial seja reconhecido.
DRS – Que conselho você daria à quem está ingressando no curso de engenharia agronômica agora?
Para aproveitar ao máximo a graduação, as oportunidades de estágios, networks que aparecem durante o período acadêmico, pois o curso de Agronomia tem um amplo leque de áreas de atuação onde se têm a oportunidade de conhecer e trabalhar com o que mais gostar.